Códigos, Linguagens e suas Tecnologias


Língua Portuguesa

Oi, cara de boi! Faltam pouco mais de 2 meses para o ENEM 2010, então acorda! Se antes o vestibular cobrava um monte de conteúdo “decoreba”, hoje algumas Universidades usam o ENEM, uma prova que quer saber mais o que você sabe do que o que você decorou. Portanto, será cobrado do vestibulando algo que prove que ele sabe identificar diferentes linguagens, meios de comunicação, analisar para ver se ele consegue recorrer a esses recursos linguísticos desses sistemas de comunicação, se tem informações para resolver problemas sociais. Ou seja, ele está buscando em você o que você aprendeu na escola, nas mídias, na rua. E mais: busca entender se você consegue relacionar esses aprendizados. Uma dica inicial? Leitura. Muita leitura! Sites de notícias, jornais, revistas. Assistir noticiários também pode ser uma boa saída. As perguntas sempre recorrem a fatos da atualidade e a maioria dos textos de apoio que aparecem nos inícios de questões são retirados desses meios de comunicação. Além disso, você precisa ler muito durante a prova e, portanto, ler bastante até lá pode ser um ótimo treino! E tem mais: aprender a retirar do texto tudo o que precisa irá te ajudar em todas as 180 questões da prova. Interpretação. Ler e entender. Tudo o que a “dona” sempre disse e você nunca entendeu o motivo. Tá aí!  Vamos ver como isso funciona:

QUESTÃO


O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é primordialmente pela
 (A)  transcrição da fala característica de áreas rurais.
(B)  redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.
(C)  emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.

(D)  escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos. 
(E)  utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.
Uma tira de jornal! A pergunta quer somente detectar se você sabe identificar como o texto demonstra a tal “caipirice” do personagem Chico Bento, ou seja, como o autor marca esses aspectos rurais na linguagem falada. Tal marca é descrita na resposta A. Ele transcreve para a língua escrita a linguagem utilizada pelos roceiros. Outra forma de identificar a resposta correta é por exclusão. A redução de “José” para “Zé”, a escolha das palavras, os tais “elementos da linguagem coloquial” e a utilização da palavra “coisa” não são características únicas da linguagem rural. Também são encontrados na linguagem urbana. Ou seja: você precisava identificar, em textos de diferentes variedades linguísticas sociais, regionais e de registro essas particularidades. Viu? Nenhum bixo de sete cabeças! Aliás, depois dessa prova, o único “bixo”
será você! 

Língua Estrangeira
Espanhol
¿Hola qué tal? (Olá, tudo bem?). Ainda não sabemos como será a prova de espanhol, então segue algumas dicas:
Dica 1. Analise as questões antes de ler o texto. Elas têm informações importantes que podem ajudar na compreensão de texto, principalmente na primeira parte da prova em que as questões estão em português.
Dica 2. Analise o título; ele apresenta o objetivo central do texto. Leve em consideração ainda a referência bibliográfica. Ela indica o tempo verbal do texto, o caráter do texto (informativo, crônica, narrativo).
Dica 3. Lembre-se de que o contexto é soberano quanto ao significado da palavra, portanto analisá-lo é fundamental antes de marcar a resposta sobre uma questão de léxico.
Dica 4. Não “empaque”. Se a palavra for difícil, tente tirá-la pelo contexto. Se não der certo, siga em frente.
Dica 5. Cuidado com as questões de conjunções. São as mais importantes da prova. Lembre-se, principalmente, das adversativas (pero, sin embargo, no obstante, sino) que introduzem uma idéia de oposição.
Dica 6. Nas questões de tempo verbal, o importante é não temê-las. Lembre-se de que a prova cobra, na maior parte das vezes, tempos bem usuais como Presente do Indicativo, Pretérito Indefinido (corresponde ao nosso Perfeito), Futuro do Indicativo, Pretérito Imperfecto e Pretérito Imperfecto del Subjuntivo.
Dica 7. A palavra mientras estabelece uma ideia de tempo e simultaneidade e pode ser substituída pelas expressões a la vez, en tanto que e pela palavra entretanto.
Dica 8. Lembre-se de que pode haver, nas últimas questões da prova, uma que aborde palavras de duplo sentido. É fundamental voltar ao texto e conferir alternativa por alternativa.
Inglês

Além das dicas de espanhol serem fundamentais também para a prova de Língua Inglesa, achei importante procurar na internet mais visões sobre a prova. O que os especialistas, afinal de contas, estavam dizendo sobre o assunto? Veja o que o pessoal do “Anglo Vestibulares” comentou sobre a prova:
“Os exames vestibulares atuais, no geral, têm por objetivo avaliar a capacidade de compreensão de textos em língua inglesa com nível de dificuldade compatível com o ensino médio
Na sua maioria, são textos jornalísticos científicos, publicitários e, em menor grau, literários, extraídos de publicações semanais importantes, como as revistas Time, Newsweek, The Economist, Nem Scientist, Science News, Nature, entre outras, bem como de alguns jornais diários. 
As questões têm como meta medir a capacidade do candidato de inferir, destacar referências e estabelecer relações entre trechos, orações e frases. Desse modo, busca-se uma compreensão dos aspectos gerais do tema em questão embora, algumas vezes, seja exigido também o reconhecimento de vocabulário específico e de elementos gramaticais. Os testes de compreensão podem apresentar alternativas em português e/ou inglês. Os de gramática, geralmente, envolvem lacunas a serem preenchidas.”
Pra hoje, já é o bastante. Mas daqui a 15 dias venho trazendo alguns exemplos de perguntas que possivelmente podem cair, ou bem melhor dizendo, “desabar” na prova. See you!

Redação

Oi, cara de boi! Então você fez a prova toda e teria se dado bem, se fosse um “Machado de Assis”? Faltou o instinto “Guimarães Rosa” na hora “H”? Fique tranquilo que você não precisa ser um gênio literário para ir bem na redação do ENEM. Aliás, aí vai a primeira dica: deixe suas obras primas para depois da prova. Lá aposte no “arroz com feijão”, usando as regras que aprendeu sobre dissertação e coisas do tipo. Aquela estrutura básica mesmo. Não sabe? Bom. Aí vai uma que aprendi na escola e que levo comigo até hoje (e que já me garantiram nota máxima em uma prova do ENEM).
- Introdução: Inicie o texto descrevendo o tema e sua tese e em seguida faça uma pergunta. Essa pergunta norteará o seu texto. Mas atenção! A resposta dela aparecerá somente no final do texto, como veremos.
- Desenvolvimento: Aqui você mostra a que veio! Use todas as ferramentas que tem de experiência sobre o tema e argumente muito para provar ao leitor que sua pergunta é importante. Uns 3 parágrafos fazem muito bem esse meio-campo.
 - Conclusão: Chegou a hora de responder a pergunta. Nesse momento, além de mostrar sua opinião, você ainda deve encontrar uma solução para o problema apontado.
Essa é uma estrutura possível. Existem outros milhares de jeitos de escrever. Mas a ideia é sempre essa. Primeiro mostra do que vai falar, depois porque vai falar e encerra com uma solução ao problema apresentado. Porém elaborar um bom texto exige prática. E esse bom texto deve se enquadrar nas competências avaliadas da prova. São cinco:
Domínio da língua culta: Deixe o “é nóis”, “vc”, em casa no dia da prova.
Compreensão do tema: Falar mal do governo quando o tema é moda pode ser arriscado!
Organizar informações e argumentos: Lembra da estrutura? Tá aí!
Correta aplicação da lógica: Coerência nos argumentos é tudo! Ou seja, nada de “mata todo mundo!” como 
solução!
Construir uma proposta de solução para o problema: Viu?
Ou seja, um texto que trate de forma interessante o tema, com conteúdo, indo direto ao ponto. Como vocês podem notar muitas vezes o mais simples pode ser então o mais bem feito. Ao tentar deixar o texto muito com cara de “intelectualizado”, você acaba utilizando palavras fora de contexto, expressões batidas, clichês, quando não citações errando o nome de quem citou (como disse nosso grande filósofo Aristóteles, “navegar é preciso, viver não é preciso”...rsrs).
Outro ponto importante para a construção de um bom texto é evitar as repetições. Para isso, você precisa ter conhecimento de um grande número de palavras, o que se ganha com muita leitura.
Quer ir treinando? Escolhemos o tema
 “O Poder de Transformação da Leitura”. Esse tema foi utilizado no ENEM de 2006. Sem os textos de apoio, escreva uma redação sobre o tema e entregue para sua professora de língua portuguesa. Os textos serão discutidos entre professores e bolsistas e o aluno receberá sua nota, sendo avaliado pelos critérios de avaliação do próprio ENEM. O texto deve ter mais de 20 linhas e deve ser escrito em forma de dissertação.
Topa o desafio? É melhor se esforçar. Até porque, quando estiver nas melhores universidades do país, vai precisar saber escrever!